*09.11.1864 Croezille, Auvergne – +29.08.1950 Chevilly
Formação e ordenação sacerdotal em Chevilly, 29.08.1887 – Professor nos colégios de Mesnières e Beauvais, diretor famoso de música que praticou também mais tarde com grande sucesso na escola de agricultura e indústria em Paricatuba perto de Manaus. – Destinado ao Brasil, chegada 16.06.1906, tinha que voltar a França para tratamento de saúde. 1909 foi transferido a Portugal, mas logo pedido pelo bispo de Manaus, Dom Frederico Costa quando a diocese foi dividida e os espiritanos assumiram a prefeitura apostólica da Tefé, 23.05.1910 que incluiu as partes baixas dos rios Juruá, Jutaí e Japurá.
As partes altas ficaram com a diocese de Manaus, mas dom Frederico delegou a jurisdição também para o rio Tarauacá. Em 16.08.1910, a Propaganda Fidei em Roma nomeou Alfredo Barrat que ainda se encontrava em Portugal, como prefeito apostólico de Tefé, onde ele chegou no dia 26.10.1910 onde foi bem recebido apesar do seu vestido simples de padre. Dom Alexandre Le Roy, superior geral da congregação conseguiu em 1911 para ele o privilégio pessoal de usar como protonotário apostólico durante múnere – enquanto tinha esta função – uma batina cor de púrpura para assim satisfazer o desejo do povo que não queria um simples padre de batina preta.
Logo começou a organização da prelatura, criando sucessivamente paróquias na cidade de Tefé, em Fonte Boa, São Felipe (Eirunepé), Carauari, Cruzeiro do Sul, Vila Seabra (Tarauacá) no rio Tarauacá. Boca de Tefé serviu como ponto de saída dos missionários nas suas viagens pastorais.
Durante a I Guerra Mundial, 1914-1918, a prefeitura perdeu por morte, doença e serviço militar forçado alguns dos padres e irmãos franceses. Por isso, Monsenhor Alfredo tinha que assumir pessoalmente as desobrigas ao longo do rio Juruá que duraram em média seis meses.
Depois da Guerra, a congregação não estava em condições de preencher as lacunas – 600 padres e irmãos franceses e alemães tinham que servir, 81 tombaram nos campos de batalha ou ficaram mutilados. Apesar disso, as missões na África francesa tinham preferência.
O capítulo geral da Congregação decidiu em 1919 que a província alemã devia assumir a prefeitura de Tefé, pois os padres alemães não podiam mais trabalhar nas antigas colônias da Alemanha na África. Infelizmente, Monsenhor Alfredo se recusou a renunciar, em consequência só em 1927 que os primeiros 5 padres e 2 irmãos alemães chegaram a Tefé. Eles foram bem recebidos pelos confrades franceses, Monsenhor Alfredo, porém se encontrava numa longa viagem até meados de dezembro.
Aí, ele fez uma viagem a Europa sem tomar qualquer decisão deixando a prefeitura apostólica em confusão. Agora entraram nesta “questão germânica“ o Núncio apostólico no Brasil, o cônsul francês em Manaus e o embaixador da França junto à Santa Sé contra a transferência da prefeitura apostólica para os alemães.
A solução salomônica era uma separação; pois o Alto Juruá pertencia ainda juridicamente a diocese de Manaus, e por isso, depois de um prolongado estudo, a Santa Sé criou em 1931 a “Praelatura nullius“ do Alto Juruá. Monsenhor Alfredo tinha que administrar esta prelatura até Dom Henrique Ritter, o primeiro “praelatus nullius“ da prelazia do Alto Juruá, foi nomeado e consagrado em 1935.
Com Dom Henrique chegaram padres e irmãos alemães, enquanto a prefeitura de Tefé perdeu por morte e desistência 3 membros do clero, e durante os anos trinta ficaram somente 6 espiritanos e um padre secular, quatro deles tinham entre 65 e 75 anos, quatro irmãos dos quais três com mais de 65 anos, e oito irmãs religiosas de idade desconhecida.
Monsenhor Alfredo pediu que Dom Henrique assumisse a paróquia de Eirunepé, e em conjunto abriram um seminário menor que em 1943 tinha 23 estudantes dos quais três já tinham as ordens menores, mas isso não resolveu o problema de imediato. A ajuda chegou de um lado inesperado pois quando a II Guerra Mundial terminou, a província espiritana da Holanda tinha mais de 100 padres jovens, mas nenhum campo de trabalho – muitos deles foram destinados a Tefé. Em junho de 1946 Monsenhor Alfredo resignou por motivo de saúde e a Santa Sé nomeou dom Joaquim Lange como sucessor.
Dom Joaquim chegou no dia 02.04.1947, Monsenhor Alfredo o acolheu bem, junto com os padres, seminaristas e religiosas e uma grande multidão do povo, mas Monsenhor Alfredo, por causa da saúde muita abalada, tinha que deixar já em maio a prelazia antes da ordenação em 10. 1947 do primeiro padre formado no seminário.
Ele viajou a Belém de lá ao Rio de Janeiro onde ficou paralisado. Em abril 1950 foi transportado para França, onde em Chevilly foi internado e faleceu em 29.08.1950, no mesmo ano quando os outros três veteranos faleceram nos campos de batalha missionária na prefeitura de Tefé.
– Fonte: Koren, pág, 80-84, n° 47; foto: Arquivo Geral da Congregação.