O Espaço de Paz Madre Teresa de Calcutá foi fundada em 13 de maio de 1999, atualmente a casa encontra-se sediada no bairro da Lagoa, no município de Cruzeiro do Sul, Acre, considerado um bairro periférico e de grande zona de criminalidade e pobreza.
o Espaço de Paz Madre Teresa de Calcutá iniciou como um projeto chamado “José do Egito”, através de cinco missionários da Comunidade Católica Shalom que haviam chegado na cidade: Ronivaldo, Fábio Brandão, Maria Olimpia, Marta e Alessandra. Os missionários vieram a pedido da Diocese de Cruzeiro do Sul para realizar um trabalho com as crianças em estado de risco pessoal e social que ficavam na praça da Catedral da cidade de Cruzeiro do Sul (AC), essas crianças ficavam expostas a todo tipo de perigo e riscos.
Ao longo dos anos os missionários atenderam centenas de crianças advindas de vários bairros da cidade, a sua grande maioria, crianças pobres, com famílias na drogadição, criminalidade, sem ambos os pais; no geral famílias desestruturadas emocionalmente, financeiramente e espiritualmente.
O trabalho realizado pelos missionários tinha como objetivo levar a Deus para os mais esquecidos da sociedade, para os que estão a margem, mudando assim a vida de centenas de crianças.
Os primeiros missionários de Cruzeiro do Sul, partiram de Fortaleza em 1999, embarcaram em uma jornada cheia de desafios e esperança. Com destino a Belém do Pará, foram acolhidos pelo responsável local da missão de Macapá, dando início a uma nova fase de suas vidas dedicada ao serviço e à fé. Com o apoio do bispo local, iniciaram um trabalho importante com crianças de rua e dependentes químicos, atendendo a necessidades urgentes da comunidade. Sua determinação e compromisso em prol do próximo foram fundamentais para o sucesso dessa empreitada missionária. A história desses missionários é um testemunho inspirador de coragem, solidariedade e amor ao próximo. Suas ações exemplares deixaram um legado de esperança e transformação na cidade de Cruzeiro do Sul.
Os missionários atendiam crianças dos bairros da Lagoa, Remanso e Várzea, a maioria eram de famílias em situação de vulnerabilidade social e econômica. O atendimento inicial se deu na praça da cidade, com a contação de histórias para estas crianças, no período noturno, onde havia a concentração do maior número de crianças, o atendimento era feito durante a semana. Com o passar dos dias o número de crianças só aumentava, após mais ou menos um mês os encontros começaram a ser realizados na praça atrás da Catedral Nossa Senhora da Glória.
Em razão da visibilidade que o projeto estava recebendo da comunidade local, passou-se a receber doações, como brinquedos e roupas destinados as crianças. Agora, o encontro já era realizado todas as noites, e no passar dos dias o bispo da época, Dom Mosé, cedeu o salão paroquial da Catedral para a realização dos atendimentos, com isso os missionários passaram a trabalhar no período da tarde também.
Nesse período, a secretária de assistência social do município, D. Idelgardes soube desse trabalho realizado pelos missionários, e passou a se interessar e querer contribuir com material escolar e merenda. Começou então, uma parceria entre a prefeitura e o projeto José do Egito, e outras instituições passaram a se interessar pelo trabalho realizado pelos missionários, como: o Juizado dos Menores, Irmãs Franciscanas, estas cederam uma escola do Educandário de Cruzeiro do Sul, a escola Madre Anselmo, que tinha salas de aulas e material, porém não havia alunos. Os missionários conseguiram também ônibus escolar para as crianças, através do Estado. Os missionários não estavam preocupados somente com a formação espiritual destas crianças, mas também com a formação escolar, cultural e social.
A partir daí o Projeto José do Egito começou a se estruturar. Com o crescimento do número de crianças no projeto, os missionários começaram a procurar voluntários para trabalhar com reforço escolar, e o exército cedeu dois soldados para ajudar na parte esportiva, como futebol e vôlei.
Os Missionários procuraram a Prefeitura para ajudá-los a realizar o trabalho, o prefeito na época disponibilizou um funcionário da prefeitura para ajudar no lanche e uma professora de artes chamada carinhosamente pelo nome de Linda, in memorian, ela era adventista e evangelizava de maneira brilhante, ajudou muito no trabalho de evangelização das crianças, que era essa a proposta do trabalho.
O Projeto ganhou uma fanfarra, e o prefeito ajudou na contratação de um jovem para ajudar nas aulas, o Tony, fazia parte da obra Shalom, e ajudava na parte das artes. O objetivo do trabalho não era só tirar as crianças das ruas, mas também evangelizá-las, ensinar os valores cristãos, a ética e a moral
A maioria das crianças eram usuárias de cola de sapateiro, com o passar do tempo, nos finais de semana os missionários começaram a visitar as famílias das crianças, onde perceberam que além da pobreza material existia também a pobreza moral, com o uso de drogas e prostituição. Podia-se observar a vulnerabilidade das crianças no contexto em que elas estavam inseridas, em um ambiente familiar desestruturado. As famílias eram gratas pelos missionários estarem ajudando vossos filhos, mesmo em meio ao uso de drogas e álcool, as famílias tinham a consciência que tinham que ajudar os filhos a saírem das ruas. E exigiam que as crianças estudassem no período da manhã e frequentarem o projeto no período da tarde. Receberam ainda, a ajuda do Juizado da Infância e da Juventude na pessoa do Doutor Romário.
Na finalização do projeto José do Egito, no ano de 2014, Dom Mosé cedeu uma casa localizada no Bairro da Lagoa, uma antiga creche. A ida dos missionários da comunidade católica Shalom para a lagoa ocorreu no ano de 2014, lá iniciaram a Casa Madre Teresa de Calcutá, antigo projeto José do Egito, atualmente, Espaço de Paz Madre Teresa de Calcutá, onde até hoje está sediado no bairro da Lagoa.
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